Astronauta, jornalista ou engenheira?

duvida4

engenheiro projetistaastronauta2

 

 

jornalista

Parte I:

Acredito que todos nós temos um sonho de criança do que queremos ser quando crescer. Pelo menos eu tinha e era de ser ASTRONAUTA.

Nem passava pela minha cabeça ser engenheira. Não sei de onde tirei essa historia de ser astronauta, acredito que tenha sido de algum filme ou revista, mas não venha com a ideia que eu vivenciei a chegada do homem a Lua, que eu nem tinha nascido ainda….. mas tem grande possibilidade de ter aprendido isso na escola e ter me apaixonado pelo papel de Neil Armstrong na chegada do homem a Lua.

Na cabeça da maioria das crianças só existem essas profissões vistas em televisão ou a dos pais, de quem admiram ou conhecem. Estou certa? Pelo menos das crianças brasileiras. Vejo em muitos filmes holywoodianos que nas escolas tem o dia das profissões, em que os pais dos alunos vão às escolas falar o que fazem e a profissão que exercem. E o dia do orgulho. Nunca vi isso aqui no Brasil, mas lá desde cedo eles já começam a ter uma visão de futuro e a conhecer as profissões fora de casa. E a educação lá é bem diferente da do nosso país….
Quando a gente inscreve num curso para o vestibular, ou melhor, quando escolhemos o que vamos ser para o resto de nossas vidas e que garanta sustento, um futuro promissor e ainda agrade aos nossos familiares, somos muito novos e é sempre uma decisão muito difícil. Até porque nós não temos a mínima ideia do que vamos encontrar lá na frente se seguirmos uma determinada profissão.

A primeira coisa que eu pensei foi a de ser astronauta, mas analisando friamente verifiquei que naquele momento era impossível, ou pelo menos acreditava nisso. Hoje em dia já tenho a ideia de que nada é impossível! Quando eu anunciasse que gostaria de ser uma astronauta, todos me chamariam de louca, fora que eu não tinha a mínima ideia do que eu precisaria estudar para me tornar uma profissional nesta área. Nao abandonei a ideia e sismei com a opção de um dia estar na NASA. Eu não queria coisa pequena não, queria logo a NASA! Na época não tinha tanta facilidade para encontrar informações como hoje que existe a internet, mas encontrei numa revista “Super Interessante” uma mulher que era engenheira mecânica, do Rio de Janeiro e trabalhava nos projetos da NASA. Me senti praticamente ela, já conseguia imaginar que era possível, pois uma mulher, brasileira estava lá onde eu gostaria de estar um dia. E já sabia o que precisava estudar! Deixei anotado no meu caderno de desejos, pois ainda faltavam dois anos para a decisão final e inscrição no vestibular.

Uma grande influência para a minha escolha foi a revista. Meu pai quando éramos pequenas falou para cada uma de nós três (eu e minhas irmãs) escolhermos uma revista que ele iria assinar e eu escolhi a “Super interessante” e achava muito boa, cheia de informações e pesquisas.  Eram tantas que acho que nunca consegui ler uma inteira no prazo de um mês! Não estou fazendo propaganda, mas se a editora quiser me pagar por isso, posso fazer parte das historias de vida da revista. Me desenvolvi e aprendi muito com ela e tomei gosto pela ciência. Eu delirava com as matérias e me tornei mais criativa e com mais conhecimentos nesta área cientifica. Tudo bem que muito eu já me esqueci, mas me sentia praticamente uma Einstein! Muito engraçado! E a minha diferença de QI era bem grande! Depois disso, o mais perto que cheguei neste âmbito astronômico foi um passeio na Disney  (um brinquedo que simulava) e um curso de algumas horas de astronomia na Universidade Federal de Minas Gerais.

Hoje ainda existe a vontade de conhecer a NASA nos EUA e de fazer um vôo no simulador, ver fotos e até conhecer astronautas, ver as roupas, nada além disso. Ah, e de tirar várias fotos para postar nesse blog ou em outras redes sociais. Não sou uma destas pessoas que quer passear em Marte ou na Lua. Pelo menos nos próximos anos, NAO. Quase me esqueci de um outro passo super importante: fui chamada para trabalhar na Embraer , depois de ter feito uma prova e recusei…. Até hoje não entendi porque, acredito que tenha faltado coragem de largar tudo aqui em Belo Horizonte para ir para algo totalmente novo e não estava preparada para uma decisão a ser tomada num mesmo dia. Eu até tremi quando recebi o telefonema e eles queriam que eu estivesse lá em Sao Jose dos Campos na próxima semana. Era muita coisa para os meus vinte anos. E eu estava no auge do meu perfeccionismo então: eu queria era logo a NASA……e não lembrei de dar pequenos passos de cada vez para alcançar os objetivos finais. Confesso que diante das opções de escolha da profissão que eu tinha fui por eliminação e levei a minha vida social também em consideração. Eliminei medicina e direito, pois eram as que eu não queria seguir, não levava o mínimo jeito e nem tinha ninguém na minha família para eu seguir. Só o meu avô que sonhava em ter uma neta médica ou advogada, mas ficaria para as próximas, passei a bola. Esse era um pensamento meio antigo, que tinham mais valor estas profissões. Como eu não acreditava que funcionava assim, fui em busca do que supostamente me faria mais feliz.

Eu tinha muita vontade de escrever, apesar de detestar estudar as regras gramaticais do português e outras línguas e de ter uma certa dificuldade, tinha escrito algumas coisas durante a minha infância e muitas cartas para amigas que moravam fora e conseguia me expressar muito bem, até melhor do que falando. Gostava do jeito que eu escrevia e as minhas amigas também gostavam de receber as cartas grandes e cheia de detalhes. Pelo menos era o que elas diziam. Agora todas vão ter que ler o que eu escrevo!! Tinha ganhado várias estrelas na minha primeira redação e guardo ela até hoje, acho que para servir de inspiração. Quando era adolescente fiz uma redação pornô….brincadeira…..para meus pais foi praticamente pornô. E ela foi rasgada. Era essa minha experiência e pensei em fazer jornalismo e publicidade porque me considerava uma pessoa criativa e engraçada. Fora a minha vontade de fazer parte de viagens e escrever em revistas contando a viagem. Me parecia um trabalho muito bom e muito fácil. Logo eu iria enjoar disso, teria que procurar algo mais desafiador.

Ser escritora eu nem considerava ainda esta possibilidade. E para os meus pais, estudar esses cursos de publicidade e jornalismo não dariam dinheiro.Então segui um outro caminho: sempre fui boa aluna e sempre tirei boas notas em matemática, então deduzi que tinha talento para esta área. Busquei no guia do estudante as profissões da área de exatas. A indecisão era grande e eu resolvi fazer meu mapa astral para me conhecer melhor e com a ideia de descobrir qual seria o meu destino, os meus talentos. Além disso, eu também fiz o teste vocacional. Em ambos, estava traçado para mim a engenharia. Decisão final: engenharia mecânica ou metalúrgica. Esta era uma grande dúvida e acabei me inscrevendo em varias universidades: cada uma em um curso. Pensei bastante em engenharia de produção, mas na época esse curso não tinha aqui em Belo Horizonte e como o meu pai tinha uma empresa de produção de equipamentos para refrigeração, tais como balcões secos e refrigerados, geladeiras de açougue, dentre outros produtos, eu pensei que este poderia ser um futuro promissor e eu também poderia dar seqüência aos negócios do meu pai. E outra coisa, cá entre nós, que me motivou: teria a possibilidade de conhecer vários homens e interessantes, visto que engenharia, sobretudo a mecânica e metalúrgica eram um mundo quase que masculino. Eu estaria ali inserida no meio, dominando e sabendo tudo o que se passava na mente masculina. Neste âmbito pouco adiantou, pois conheci vários homens, fiz grandes amigos, mas ainda continuo solteira à procura….. Brincadeira…mais ou menos… Passei!!!! E foi dada a largada para o novo mundo de possibilidades na engenharia mecânica.

Essa foi a minha primeira GRANDE DECISÃO.

2 comentários

Deixe um comentário
  • Fabi, que légal!!! Essa minha história como numerei é ainda a parte 1. Muito ainda está por vir para chegar aonde cheguei. Com certeza somos muito novas para decidir um futuro e ficamos com medo de errar. Que bom que você conseguiu se encontrar e acertar na escolha! Acho que falta um esclarecimento maior das profissões e mais auto conhecimento, descoberta de talentos, etc.
    Bem-vinda, Fabi!! Obrigada pela participação e contribuição! Bjos

  • Eu, desde pequena queria trabalhar em um escritório… As minhas amigas brincavam de escola e eu sempre brincava de secretária. Fiz um curso técnico de secretariado e me formei em administração de empresas. Me sinto privilegiada por ter conseguido escolher tão nova um curso que me completasse ! Amo minha profissão ! Acho cruel que aos 17 anos as pessoas precisem escolher suas carreiras… Já vi muitos amigos sofrendo por terem medo de mudar no meio do caminho ! No curso de adm encontrei muitas pessoas perdidas que foram parar lá por falta de saber o que fazer…
    Beijo Isa ! Amei o blog !

Deixe um comentário para Fabiana Teves Cancel Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>


Copyright © 2014-2023.