
O medo é um sentimento comum a todos nós e que nos acompanha nas diversas fases da vida. Quem nunca teve medo do escuro quando criança? Essa reação é natural: é uma forma de proteção do nosso cérebro frente a algo que poderia nos colocar em risco.
Mas é importante saber diferenciar: quando o medo se torna exagerado, irracional e começa a impedir que você viva de forma saudável e feliz — recusando convites, evitando compromissos, abrindo mão de viagens, deixando de lado oportunidades — ele passa a ser classificado como fobia.
Fobias não são apenas “medinhos”: elas podem evoluir para crises de pânico, insônia, transtorno de ansiedade e até depressão. Também podem comprometer a vida social, profissional e afetiva, levando à perda de qualidade de vida.
O que é fobia?
As fobias são um tipo de transtorno de ansiedade marcado por:
- medo persistente e intenso de um objeto, situação, animal ou ambiente específico;
- reações físicas intensas (taquicardia, sudorese, tremores, tontura, sensação de sufocamento);
- evitação sistemática daquilo que causa medo, mesmo sem perigo real;
- impacto direto na rotina e no bem-estar.
O tratamento pode ser feito com terapia — especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e também com técnicas complementares, como a hipnose clínica, que utilizo no consultório com resultados rápidos, assertivos e sem contraindicações. A hipnose ajuda a acessar memórias e sentimentos que estão na raiz do medo, ressignificando traumas e enfraquecendo as respostas automáticas que mantêm a fobia.
O que dizem as pesquisas: Brasil e Estados Unidos
No Brasil, o estudo São Paulo Megacity, parte do consórcio mundial de saúde mental da OMS (World Mental Health Survey), mostrou que as fobias específicas estão entre os transtornos de ansiedade mais comuns, atingindo cerca de 10,6% da população em 12 meses e até 12% ao longo da vida. Isso significa que milhões de brasileiros convivem com medos paralisantes que poderiam ser tratados.
Nos Estados Unidos, dados do National Institute of Mental Health (NIMH) mostram números semelhantes: aproximadamente 9% dos adultos têm fobia específica em um ano e 12,5% ao longo da vida. É um dos transtornos de ansiedade mais prevalentes.
Apesar de contextos culturais diferentes, os dois países confirmam a mesma realidade: as fobias são extremamente comuns, mas ainda pouco compreendidas e tratadas.
As 11 fobias mais comuns no mundo
Não existe uma “lista oficial” única — a prevalência varia de acordo com o estudo e a população pesquisada — mas algumas fobias aparecem repetidamente em pesquisas clínicas, tanto no Brasil quanto nos EUA. Aqui estão as mais citadas:
- Aracnofobia — medo de aranhas.
- Ofidiofobia / Herpetofobia — medo de cobras e répteis rastejantes.
- Acrofobia — medo de altura (prédios, pontes, mirantes).
- Aerofobia — medo de voar de avião.
- Cinofobia — medo de cães.
- Misofobia / Germofobia — medo de germes, sujeira e contaminação.
- Trypanofobia / Belonefobia — medo de agulhas, injeções e exames médicos.
- Claustrofobia — medo de lugares fechados (elevadores, metrôs, salas pequenas).
- Fobia social (Transtorno de Ansiedade Social) — medo de situações sociais e de falar em público.
- Agorafobia — medo de locais onde seria difícil escapar (multidões, transporte público).
- Astrafobia / Brontofobia — medo de trovões, relâmpagos e tempestades.
👉 E a fobia de falar em público?
Muita gente afirma que é “a fobia mais comum do mundo”. Na prática, ela está dentro do transtorno de ansiedade social. Pesquisas em universitários brasileiros mostram que o medo de falar em público é, de fato, altíssimo nesse grupo. Porém, quando olhamos para a população em geral, outras fobias como aranhas, cobras e altura aparecem com prevalência semelhante ou até maior.
Sintomas e consequências
As fobias vão muito além de “um medo bobo”. Elas podem provocar:
- palpitações, sudorese, falta de ar, tontura;
- sensação de perda de controle ou de que algo terrível vai acontecer;
- crises de pânico;
- evitação persistente da situação ou objeto temido.
E, como consequência: perda de oportunidades profissionais (não aceitar uma promoção que exige viagens, recusar apresentações em público), isolamento social e piora da saúde física e mental.
Tratamentos eficazes
O lado bom: fobias têm tratamento e podem ser superadas.
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): ajuda a identificar pensamentos distorcidos, enfrentar gradualmente o medo e desenvolver novas respostas.
- Exposição gradual e controlada: enfrentar o estímulo em pequenos passos, de forma segura.
- Técnicas de relaxamento: respiração consciente, mindfulness, treino de atenção plena.
- Hipnose clínica: acelera o processo de ressignificação de traumas, ajudando a enfraquecer o gatilho que mantém a fobia.
- Medicamentos: em alguns casos, prescritos por psiquiatras como apoio temporário.
Você se reconheceu com alguma dessas fobias?
Se alguma fobia, qualquer que seja, está te impedindo de viver como gostaria — seja viajar, entrar em um elevador, fazer exames de rotina ou simplesmente falar em público — é hora de buscar ajuda.
💌 Você pode me enviar uma mensagem ou agendar uma sessão: juntos, podemos trabalhar para que o medo deixe de ser uma prisão invisível e você volte a ter qualidade de vida.
Ficou curioso(a) sobre o assunto?
Eu te convido a ouvir o podcast Divã Jovem Pan, que eu falo sobre o tema em resposta a um ouvinte com fobia de avião. Acesse p link abaixo: