
Muito se fala e se utiliza estratégias de gerenciamento do tempo com o objetivo de aumentar a produtividade. Como o tempo é um recurso externo e limitado e a energia é um recurso interno e pode ser expandida e renovada constantemente, vale mais a pena investir no ganho de energia. Ao elevarmos a nossa energia, melhoramos nosso desempenho pessoal e profissional.
Isso é o que dizem os autores Jim Loher e Tony Schwartz, do livro “Envolvimento total- gerenciando energia e não tempo”. Segundo eles, essa energia envolve quatro níveis: físico, espiritual, mental e emocional.
Afinal, o que é energia? Energia é um conceito que vem da física e é definida como a capacidade de realizar trabalho.
Essa energia é usada para manter nosso organismo em funcionamento e também para fornecer capacidade de realizar trabalho externo em nosso dia a dia.
O nosso cérebro realiza milhares de conexões por segundo e esse processo demanda muita energia. Esse órgão pesa aproximadamente 1,5 kg, utiliza cerca de 20% do oxigênio do nosso corpo e é responsável pelo consumo de 20% da energia total, quando em repouso, podendo variar a quantidade quando fazemos atividades e desempenhamos funções mais complexas.
Muitas tecnologias surgiram para imitar funcionalidades que antes eram exclusivamente realizadas pelo nosso cérebro. Apesar de acreditar-se que a tecnologia tornou nosso cérebro mais atrofiado, não funciona bem assim. Ao armazenar informações e conferir tarefas aos equipamentos, estimulamos nosso cérebro a utilizar outras funções, ampliando a rede neuronal e os conhecimentos. Além disso, os equipamentos foram desenvolvidos para trabalhar e gastar energia de forma linear e contínua, o contrário de nós. É preciso haver um equilíbrio entre o uso da tecnologia e dos recursos cerebrais para desenvolver o nosso cognitivo.
Por mais que uma pessoa tenha um bom desempenho, seja em atividades pessoais ou profissionais, é a energia que define a sua performance em todas as áreas da vida.
Os autores atuaram por mais de vinte e cinco anos como treinadores de atletas de alto desempenho nas mais variadas modalidades. Com o tempo, eles perceberam que as habilidades dos esportistas também se aplicavam aos ambientes corporativos e empresariais. E que poderia ser utilizado para vida pessoal e profissional do indivíduo.
Que tal aprender a gerenciar a sua energia?
A energia organizacional é a força que faz uma empresa funcionar.
A energia individual (sobretudo a do líder) influencia a organizacional e vice-versa.
A imagem abaixo é baseada no trabalho de Tony Schwartz e mostra o seguinte:
– os quadrantes da esquerda representam modos disfuncionais (energia negativa) e os quadrantes da direita representam modos funcionais (energia positiva);
– as quatro zonas (sobrevivência, burnout, recuperação e performance);
– o estado emocional experimentado em cada uma delas.

Sendo:
Zona de Sobrevivência: é aquela zona que visitamos quando nos afastamos por nos sentirmos ameaçados, sob estresse ou impotentes.
Zona de Burnout: é aquela zona que ninguém quer ir, pois é quando nos sentimos exaustos, deprimidos, sem esperança.
Zona de Performance: é aquela na qual nos sentimos com o máximo de nossa capacidade e atingimos o pico da performance.
Zona de Recuperação: aqui é onde recarregamos nossas energias de maneira positiva, saudável e prazerosa, ou seja, realizando atividades que proporcionam bem-estar, satisfação e paz de espírito.
O ciclo de energia positiva é realizado quando transitamos entre a zona de performance e a de recuperação. Porém, com as pressões e o estresse do dia a dia, tendemos a passear entre a zona de performance e a de sobrevivência, o que é bastante negativo. Isso porque quanto mais visitamos a zona de sobrevivência, se tornam mais presentes sentimentos de frustração, impaciência, raiva, ansiedade, angústia e assim fica mais difícil voltar à zona de performance e mais fácil cair na zona de burnout.
O estresse por si só não é um inimigo da performance ou da qualidade de vida. Pelo contrário: qualquer forma de estresse pode se transformar em força, iniciativa e renovação. Para isso, é preciso utilizar os recursos adequados.
Todos nós experimentamos diferentes estados de energia nos diversos momentos da vida. Porém, só um quadrante nos conduz à alta performance e, para sustentá-la, é preciso equilibrar o gasto e a reposição de energia, que ocorre na zona de recuperação. Partindo do princípio de que a nossa energia diminui tanto com o excesso quanto com a falta de uso, é necessário administrar esse gasto de energia adequadamente a partir do uso estratégico do descanso.
Ah, e descanso não é só dormir!
Portanto, encontre maneiras de estar mais presente na zona de recuperação e de descansar. Para repor essa energia e descansar por alguns minutos ao longo do dia é necessário recorrer aos mecanismos de reposição de energia, que envolvem quatro níveis, descritos abaixo.
– Físico: breves atividades ou exercícios físicos, alongamento, automassagem, espreguiçar, cochilar, levantar e fazer uma caminhada.
– Emocional: enviar mensagens ou conversar com pessoas agradáveis ou amigos, dedicar tempo à família, fazer planos de momentos de lazer, escrever no diário das emoções, prestar atenção aos sentimentos e sensações do corpo.
– Mental: fazer meditação ou exercícios de respiração consciente, desenhar, fazer alguma atividade de jardinagem, ficar em silêncio e longe da tecnologia.
– Espiritual: conectar-se com algo superior, fazer uma oração, fazer algo relacionado ao seu propósito ou a alguma causa, ajudar alguém, agradecer.
Quando estamos com esses quatro tipos de energia alinhadas, entramos em nossa zona de performance. Então, o convite agora é para que você faça uma lista com pelo menos três mecanismos de reposição de cada nível (físico, emocional, mental, espiritual) e defina os momentos do dia em que executará cada um deles para recarregar a sua energia. Compartilha aqui nos comentários, quero saber!
Ainda existe uma crença de que fazer pausas e descansar é sinal de fraqueza, de preguiça ou de improdutividade, porém intervalos de tempo ao longo do dia de trabalho gera um maior foco, engajamento e produtividade. É importante ter consciência de que não adianta trabalhar por horas seguidas sem ser eficiente. Concorda?
Outra coisa é fazer uma tarefa de cada vez, pois não somos multitarefas, ou seja, o nosso cérebro não consegue realizar mais de uma tarefa bem-feita de uma só vez, o gasto de energia é maior e o desempenho pior. Segue o mesmo princípio da impenetrabilidade da matéria, no qual dois corpos distintos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço e ao mesmo tempo.
E você, já parou para pensar como está a sua energia e o impacto que ela tem no seu estado emocional, na sua produtividade e nos seus resultados?
Respostas de 2
Boa tarde!
Qual o livro dos autores mencionados no texto trata-se deste assunto?
Gostaria de adquirir
Luciano
Depois de anos…..a resposta. Espero que ainda seja válida! Peço desculpas.
Vou complementar também o conteúdo desse post, pois estou retornando depois de um tempo ausente.
Livros:
Não trabalhe muito, trabalhe certo! Corpo, mente, emoção e espírito: como equilibrar as quatro forças que aumentam a performance pessoal e profissional. Autor: Tony Schwartz, com Jean Gomes e Catarine McCarthy.
Envolvimento total – Gerenciando energia e não o tempo. Autores: Tony Schwartz e Jim Loehr.